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A liberdade da verdade

"A verdade só é verdade quando levada às últimas consequências. Até lá não é uma verdade; é uma opinião". (Vergílio Ferreira)

A verdade é libertadora.
Não temos dificuldade em lidar com a verdade sobre o outro, seja boa ou seja ruim.
No entanto, temos dificuldade em lidar com a verdade sobre nós mesmos. A boa verdade sobre nós tendemos a amplificar e, até a exagerar, o que já é mentira. Quanto à verdade dolorosa sobre nós mesmos, é natural que a omitamos ou a neguemos, mesmo que saibamos que corresponde aos fatos.
Quando nos defendemos, a primeira vítima é a verdade. Fuzilamos a verdade para preservar nossa honra ou o nosso patrimônio. Mesmo que a verdade não se torne pública, ela nos incomoda, levando-nos a gaguejar ou mesmo a gritar, para que as pessoas acreditem em nossa mentira. Trata-se de uma desesperada tentativa de mudar a narrativa sobre a nossa vida. Às vezes, funciona, exceto em nossa consciência.
Se aceitássemos que a verdade sobre nós mesmos é libertadora, seriamos menos famosos e mais pobres, menos famosos e mais pobres mas mais felizes. Quando aceitamos a verdade sobre nós mesmos, damos o primeiro passo para que sejamos livres. Enrolados na teia da mentira, os fantasmas nos perseguem.
Quanto à verdade sobre o outro, não precisamos publicá-la, a menos que nos peça ou a mentira gere dano para a comunidade. Em todos os casos, devemos ser cuidadosos para não nos tornarmos escravos do vício da maledicência. Bisbilhotar a vida do outro, anônimo ou conhecido, não pode ser algo que nos dê prazer, mas tristeza. Quanto a uma pessoa pública, nosso compromisso deve ser também com a verdade, que não pode ser massacrada pela ideologia nem pelo pragmatismo. Se persistirmos pensando nas consequências da verdade, acabaremos por sacrificá-la.
A verdade é libertadora (João 8.32).

Israel Belo de Azevedo

Para ouvir este BOM DIA AMIGO, basta acessar o link abaixo:
https://www.youtube.com/attribution_link?a=XvvaSXSt96e51Qx8&u=/watch%3Fv%3DjBWR32Djl2Q%26feature%3Dem-upload_owner

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